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RENATO ZUPO

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coronavirus

Coronavírus: a pós verdade

ENTRETANTO

Verdade verdadeira: a letalidade do Coronavírus é baixa, menor que a do H1N1 (gripe suína), de anos atrás. O deputado Osmar Terra, médico de profissão, e o Presidente Bolsonaro, com sua “gripezinha” e seu “resfriadinho”, não estão errados por isto, mas pelo restante do que dizem e pensam sobre a pandemia. É fato que a maioria de nós irá contrair o COVID 19 e terá no máximo uma coriza, uma tosse seca, e bola pra frente. O problema, gritante e alarmante, é bem outro, e é o que está ocorrendo na Itália e na Espanha em larga escala. O vírus tem alta carga de contaminação, e o faz bem rápido. A diferença, neste ponto, entre o COVID e uma gripe comum, é a mesma entre um Tsunami e uma marolinha pra aprendiz de surfista quebrar uma onda. O Coronavírus se propaga muito rapidamente e adoece muita gente ao mesmo tempo, ainda que menos de 1% da população brasileira: estamos falando de dois milhões de doentes praticamente ao mesmo tempo, no Brasil. É só fazer um cálculo raso. É a população de Belo Horizonte acamada. Aí vem o caos do sistema de saúde: não há leitos no mundo pra tanta gente doente ao mesmo tempo, não é só no país não. Se todos forem infectados em uníssono, e ainda que poucos apresentem os sintomas, os que apresentarem já vão “entupir” hospitais e clínicas e profissionais de saúde, e vai morrer muita gente na fila ou entubada. Ainda ocorrerá um perigoso efeito colateral: vão faltar médicos e hospitais para outros problemas de saúde sérios e urgentes. Vai ter gente morrendo de diarreia e de apendicite por falta de atendimento médico. Por isso, com todo o respeito aos que pensem diferente, a hora é de isolamento social mesmo!

E a economia?
Penso como os antigos, como aprendi com meu pai e amigos da velha guarda. Dinheiro, número, se acerta, se ajusta. Ou como dizia um ex-cliente dos meus tempos de advogado: “Renato, conta a gente tem a vida inteira pra pagar. Esquenta a cabeça com isso não.” Ou como diz o bom prefeito de Araxá, Dr. Aracely de Paula: “É esperar sem desesperar.” Em suma e em síntese, o que não tem jeito, não tem jeito. O que não tem remédio, remediado está. Não é agradável ver nossos filhos sem escola, o comércio fechado, ambulantes e autônomos parados e com dificuldades financeiras, restaurantes e bares e turismo sem faturamento. Mas é ainda pior matar nossos velhinhos (e jovens também) para não prejudicar a economia. Vamos é parar com essa bobagem de achar que haverá gente morrendo de fome por conta do isolamento social e do fechamento amplo do comércio em geral. Ninguém morre de fome no Brasil próximo de entidades governamentais que o possam acudir com assistencialismo social, e isso cobre 90% do nosso território. O resto sempre se virou. É ruim? Claro que é. Na Noruega e no Japão, o número de desnutridos é zero. Só que esses números não irão mudar com a paralisação, eis o ponto. O ex-presidente Lula e seu projeto “Fome Zero”, fracasso total, desnudaram o óbvio ululante de que no Brasil há muito menos pessoas desnutridas ou subnutridas do que se pensava e que o Estado Brasileiro hoje alcança com amparo econômico a quem realmente precisa, um público alvo próximo da totalidade daqueles que realmente não podem trabalhar e necessitam de assistência para as despesas básicas que lhes garantam uma sobrevivência digna. Portanto, o problema econômico não é pequeno, mas é inexorável. Não adianta esquentar a cabeça com ele, é insolúvel. Já é um ano perdido. É recuperar-se depois. Vida humana é que não dá duas safras.

Eduardo Bolsonaro.
O Deputado Eduardo Bolsonaro, o filho “Zero 02” do homem, tuitou que a crise sanitária e econômica do Coronavírus é culpa do governo chinês que esculhambou o mundo ocidental com o COVID 19 e com sua teimosia em não divulgar o surgimento da pandemia antes que ela se alastrasse. Alguém pode, por favor, me explicar em que trecho de sua tuitada Eduardo mentiu? Em que momento ele falou mal do povo chinês (e não do governo)? Em que ele errou? Ah, bom.. Se não errou, por quê críticas, pedido de desculpas, etc… ? Erro diplomático? A um deputado não compete afetar eufemismos para por dedos em feridas, mas zelar pelos interesses dos cidadãos e, por isso, se necessário, justamente cutucar pústulas, por mais fétidas que sejam. Eduardo pode de vez em quando deflagrar polêmicas, muitos podem não gostar dele, isso é outra coisa. Gosto (mesmo político) é coisa pessoal. Mas acertou na veia no que disse. Não tem do que se retratar.

Renato Zupo
Magistrado e Escritor

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