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RENATO ZUPO

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Nós, pelos europeus

ENTRETANTO

O Jornal francês Le Figaro, um dos maiores da Europa, traça um perfil que considero sereno, sucinto e exato sobre o que é o Brasil, hoje. Com a palavra o Le Figaro: \”tem um mercado de 210 milhões de habitantes, riquezas naturais, um excelente posicionamento para responder à demanda mundial e uma relativa proteção diante das ameaças estratégicas que emanam do terrorismo islamita. Além disso, possui US$ 370 bilhões em reservas e tem condições de acompanhar o crescimento da China, Rússia e Turquia. Porém, para ser bem-sucedida, a democracia brasileira necessita superar o teste decisivo da polarização da opinião pública, a decomposição do sistema político e as ameaças ao estado de direito. Os governos dos últimos dez anos criaram um ciclo de crescimento sob bases frágeis. Isso faz com que, hoje, o Brasil esteja enfrentando desastres em cadeia. A calamidade mas recente é a epidemia do zika e seus cinco mil bebês portadores de microcefalia. Se por um lado é fato que a desaceleração econômica da China, primeiro parceiro comercial do país, e a queda nos preços do petróleo pegaram o Brasil na contramão, o governo sacrificou os investimentos para alimentar o consumo, fomentando um sistema de transferência de riquezas digno de um estado de bem-estar social europeu − sem meios para sustentá-lo a longo prazo. Há falta de política industrial, baixa produtividade e um sistema de previdência social insustentável, que prevê aposentadoria aos 54 anos, em média, para uma expectativa de vida de 75 anos. O naufrágio de Dilma e o desejo de Lula de concorrer às eleições de 2018 são sinais de uma deriva populista que poderia arruinar o Brasil, isto em um momento em que a Argentina de Maurício Macri rompe com a demagogia dos Kirchner, adotando reformas liberais. A destituição da presidente Dilma Rousseff constitui a primeira etapa da reestruturação Brasil; quanto mais rápido isso acontecer, será melhor\”.

Não tem jeito.
Entramos em um panorama político tão grotesco, tão insano, tão sem perspectivas, que ouso discordar do Le Figaro: a saída de Dilma Roussef não irá mais resolver os problemas do país. Analisemos as duas perspectivas, com e sem impeachment. Comecemos pela segunda hipótese, que considero (ainda) mais provável, ainda que por um triz, pelo beiço de uma pulga. Se Dilma continua, já rompeu com o PMDB, o que não quer dizer absolutamente nada no cenário político de Brasília em que se negociam cargos como cafetões pechincham michês de prostitutas. Não tem sustentação no congresso, nenhuma credibilidade no cenário econômico mundial. A inflação e o desemprego continuarão a subir. Daqui a dois anos e meio, quando ela largar o osso, o Brasil estará falido, sem reservas, sem crédito e sem esperança. E se Dilma sai? Assume Temer, que é um zero à esquerda como governante. ACM o chamava de \”mordomo de filme de vampiro\”. A única mudança será que teremos primeira dama. Dilma e Lula vão partir para as ruas com seu grupo de militantes que está a um passo – anotem aí – está a um passo de se transformar em uma milícia guerrilheira. O Governo Temer será um \”tapa buracos\”, como foi com Itamar Franco. Se Temer brilhar (o que duvido muito), vai manter as coisas sem piorarem muito, com muita baderna e quebradeira nas ruas. Já imaginaram as olimpíadas do Rio de Janeiro no meio desse pandemônio?

 

O dito pelo não dito.
\”É inútil procurar alguém que só existe dentro do seu coração\”. (Renato Zupo).

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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