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RENATO ZUPO

Magistrado • Escritor • Palestrante

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Mortos pela Covid

Mortos pela Covid?

ENTRETANTO

O que é mensagem subliminar? É quando nos comunicamos através de entrelinhas. Mandamos mensagens através de silêncios e meias palavras. No jornalismo, há maneiras de influenciar o público não através de distorções, mas de meias verdades ou verdades incompletas. Na hora nos soa estranha a notícia tendenciosa, mas se não conferirmos em outras fontes no momento em que absorvemos a informação questionável, depois nos esquecemos de seus chavões sub-reptícios. Na questão COVID, por exemplo, a grande imprensa não somente informou, como quase comemorou (Deus me perdoe), o fato do Brasil ter chegado à marca de 100 mil mortos. Quero esclarecer, no entanto e desde logo, que as pessoas não estão morrendo DE Covid, mas COM Covid. O que as mata é sua condição clínica geral ou o mau atendimento médico-hospitalar, não o vírus. E o número de mortes? Passe-o para termos percentuais, já sabedor que somos um país com 220 milhões de habitantes. Viu a quantidade? Pereceram 0,004% de brasileiros. Poxa, é uma pena, não quero diminuir a dor de quem perdeu entes queridos, nem ser insensível, mas me recuso a me apavorar com isso ou justificar distanciamento social a paralisar a economia. Ou, o que é pior (e nisso nós brasileiros somos bons): procurar culpados. Tem gente boa colocando a culpa em Bolsonaro, mas se vamos buscar a fonte remota desta desordem sanitária toda, vamos ter que chegar nos chineses – aí não pode, né? È racismo! Por aqui, parece as vezes que o Direito só aceita que se fale mal de políticos.


Cloroquina!

Está provado pela experiência médica que o coquetel Azitromicina, Cloroquina e Ivecmetidina atenua os sintomas da Covid quando ministrado no início do tratamento. Não adianta berrarem ou cancelarem meu blog ou me tirarem do ar no Youtube. Meu compromisso cidadão é falar a verdade aqui. A Cloroquina é interpretada por alguns como ferramenta populista simplesmente porque divulgada por Trump e Bolsonaro. Se tivesse sido entronizada por Obama ou pela Madre Tereza de Calcultá, tudo bem, seria um santo remédio. Aí entra a divulgação fajuta: estes remédios, principalmente a Cloroquina, não foram proibidas nem tampouco se recomendou deixassem de ser ministrados. O que a OMS e os governos dos Estados e respectivos conselhos de medicina fizeram foi extirpá-los do protocolo médico. O que é isso? È a terapêutica oficial automática recomendável pelo Ministério da Saúde para o trato imediato de cada doença, aí desconsiderando-se as peculiaridades de cada paciente. Vamos exemplificar? Você chega no hospital com suspeita de dengue. Enquanto um médico não te examina, te colocam de repouso, soro, depois com o médico é Tylenol ou algum outro antitérmico e bastante hidratação. Assim se dá porque este é o protocolo médico para a Dengue, o que permite massificar o tratamento e faz com que um médico e uma enfermeira sozinhos consigam rapidamente tratar de dez pacientes ao mesmo tempo. Agiliza os cuidados médico-hospitalares. Como a Cloroquina gera um importante efeito colateral que é o aceleramento dos batimentos cardíacos, não dá para homogeneizar, disseminar genericamente, sua utilização como protocolo para o Covid. Por isto, para que seja receitada é preciso diagnóstico médico específico e expressa recomendação profilática (que é a receita, afinal). É isso que fizeram com a Cloroquina, não a demonizaram – mas não é isso que muito jornalista divulga né? Não vou nem dizer que distorcem por maldade. É que muitos não entenderam mesmo.


O Gabinete do ódio!
Quem apelidou a cúpula do governo Bolsonaro, responsável por seu mídia marketing, Gabinete do Ódio, não se esqueçam, foi Gustavo Bebbiano, aquele apeado da confiança de seu capitão e depois morto subitamente e em circunstâncias estranhíssimas – incluindo-se aí uma “carta testamento” escrita horas antes de sua morte. E Bebbiano acusava Carlos Boslonaro, o filho “03”, de ser o artífice por trás de fake News e assassinato de reputações organizados pelo pessoal do tal gabinete para incomodar os adversários políticos do presidente. Isso me lembra o velho Lenin e sua máxima: acuse-os do que você faz, chame-os do que você é! O bom e velho marxismo cultural, que muita gente boa acreditava morto, na verdade atua na surdina e os poucos que o denunciam são considerados teóricos da conspiração, doidos e mal intencionados – Olavo de Carvalho que o diga. Eu que passeio bem pela internet, mas não a habito, posso me considerar freguês assíduo de sites de notícias e blogs de opinião. Pois bem, nunca vi, em nenhum site pró-Bolsonaro, conservador ou de direita, como queiram chamar, palavras duras e mentiras deliberadas contra opositores do atual presidente ou representantes ideológicos e políticos de esquerda. O contrário vi: Ciro Gomes mandando o povo chamar Bolsonaro de “assassino”, cartunista comparando Bolsonaro a Hitler, e a última, ótima: Jean Willys, que em um programa jornalístico chamou Bolsonaro de (atenção) fascista, desonesto, racista e corrupto, foi absolvido da acusação de crime contra a honra do presidente, porque, segundo o juiz e depois dele o TJ do Rio, entenderam que Willys agiu nos “limites de sua imunidade parlamentar”. Ora, ora: a razão está mesmo com quem advoga a tese do governo de juízes. É muito mais fácil forjá-los dóceis ao socialismo desde a faculdade, do que tentar impor Marx a mais de quinhentos congressistas. A decisão parece recomendar que a imunidade parlamentar valha para a vida e o tempo todo, e não só para a tribuna do parlamento, e que através dela se possa ofender a quem quer que seja com linguagem de sarjeta, de zona de beirada de rodoviária, de cais do porto (sem querer ofender prostitutas e estivadores). Lembrem-se de Lenin: Chame-os do que você é, acuse-os do que você faz!


Abuso de Poder religioso.
Vai dar pano pra manga a tese do Ministro Edson Facchin, mas por enquanto seus pares do TSE (e do STF) adiaram a discussão sobre o cabimento da tipificação da conduta de “abuso de poder religioso”, tanto para incriminar quem a pratique, quanto para vedar sua prática como ferramenta para indução de eleitores ao voto. O tema é espinhoso, não porque mexa com a fé das pessoas, mas porque é muito subjetivo: eu acho que o padre X é um homem bom e apenas orienta seu rebanho de fiéis, porque sou católico. No entanto, um adepto do candomblé pode achar que não, que o bom mesmo é o Pai João do terreiro da favela do pneu furado, e que o Padre X é um charlatão que usa a fé católica para angariar donativos e eleitores… e vice versa! A Constituição Federal não discrimina religiões, não cabe aos intérpretes fazê-lo.


Operações policiais.
Achei que o voto no mínimo genérico e superificial do Ministro Facchin não fosse seguido por seus pares do STF, mas foi: estão proibidas operações policiais nos morros e favelas cariocas durante a pandemia Covid 19, só autorizadas incursões em casos extremos. O Fundamento é a pandemia. Nela, e no entanto, operação pra prender corrupto em apartamento de zona sul ou para buscar documentos em empresas ou em gabinetes de políticos, pode. Pra isso não tem epidemia não. Rico pode adoecer e até morrer. Pobre é que não pode. Entendi. Ingênuo eu que achei que Facchin não fosse seguido pelos demais ministros, e achei interessantes as considerações do Ministro (já falei isso aqui): no voto ele diz que a operação só é permitida se for absolutamente necessária… Como se tivesse operação militar armada com helicóptero e caveirão, com troca de tiros, sem necessidade. Como se a falta de necessidade fosse o normal em operações policiais perigosas. E quem é que vai dizer desta necessidade? E se não houver operação policial necessária, o comandante da PM do Rio prevarica? Santo Deus, que confusão!


Bia Kicis e o centrão.
A Deputada Federal e jurista Bia Kicis defende a aproximação de Bolsonaro ao centrão. Está certa. Não existe política boa e política ruim, política antiga e política nova. Existe, na política, o certo e o errado, e já que o governo perdeu sustentação ideológica, precisa dos velhos deputados independentes de sempre. São chamados “de centro” por causa disso. Não tem alinhamento ideológico e nem votam em bloco com os respectivos partidos. Podem até votar com seus correligionários, mas por convicção, não por obrigação partidária. Por isto são centristas, e o termo não era para ser pejorativo, e nem deve ser. Bolsonaro (e Bia) devem ter se lembrado de Collor e Dilma e na maneira como o primeiro deu banana para o congresso e a segunda ignorou o parlamento, e como ambos terminaram. A Constituição Federal, de um presidencialismo híbrido, meio parlamentarista, não permite que presidentes governem isolados, quer gostemos disto ou não.


Michele e os cheques.

Bolsonaro é o único presidente que conheço que não pode nomear gente de confiança para… cargos de confiança de livre nomeação! Também é o único presidente que não pode emprestar dinheiro e receber depois o pagamento via depósito em conta. E também não pode ter suas contas pagas em dinheiro vivo, e também é proibido que seus assessores usem dinheiro vivo ou depositem valores nas contas dele e da esposa. Ah! Seu filho também não pode ter loja de chocolate e nem ter assessor PM, que é considerado “miliciano”. Assessores dos Bolsonaros não podem fazer compras, receber ou pagar em nome dos chefes – que é proibido! Se pagar em dinheiro vivo é corrupção. Se depositar em cheque é corrupção. Lamento, esquerdinhas, mas pela primeira vez em muitos anos vocês não estão mexendo com ladrões. Vão penar muito, vão precisar de muita desinformação, vão ter que depender muito de erro de magistrado metido a independente, para conseguirem prejudicar o presidente da República, ainda hoje o político mais popular do país.


O destruidor da Lavajato.

Sérgio Moro cunhou a expressão “Lavajato”, transformando-a em neologismo. E também destruiu a Operação Lavajato, a desconstruiu, ao usá-la para empreender questionável carreira solo. Com isto, inviabilizou a delação de Antônio Palocci e vai fomentar a anulação da condenação do ex-presidente Lula, logo logo. Sempre foi um magistrado superficial e vaidoso, suas decisões nunca foram um primor de conhecimento jurídico, mas ao menos posava de paladino da justiça imparcial e, de certo modo, contribuía no combate à corrupção, trunfo que transformou em bandeira e depois em trampolim político. Ao fazê-lo, porém, agachou-se tanto que mostrou a cauda. E destruiu a credibilidade de suas decisões ou em sua imparcialidade. Quer descobrir quem é Moro? Compare-o a Bolsonaro. Quando Moro foi severamente atingido pelo escândalo da “Vaza jato” e teve suas conversas com Deltan e a turma de Curitiba hackeadas, o presidente o apoiou e foi com ele ao Maracanã em dia de jogo do Flamengo. Quando era para retribuir, com Bolsonaro brigando com a OMS em plena pandemia, Moro fugiu, correu e ainda acusou de déspota ao patrão. Um é homem, o outro é um pavão. Um pavão que mostrou a cauda.

O dito pelo não dito.
“Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir.” ( Honoré de Balzac, escritor francês).

 

Renato Zupo
Magistrado e Escritor

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