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RENATO ZUPO

Magistrado • Escritor • Palestrante

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Kibon

ENTRETANTO

Foi o sorvete do meu passado, da minha infância. Ansiávamos por ele, pelo regalo de nossos pais que contavam os trocados nos passeios de domingo, na praia ou no shopping, para comprar nossos sorrisos de felicidade enquanto saboreávamos os sorvetes Kibon. Aqueles mesmo que passavam na TV, em comerciais de horário nobre e apareciam nos anúncios e cartazes em diversos sabores. Já adulto, descobri que Kibon é uma porcaria de sorvete aguado e altamente químico, cheio de conservantes. Mas o que vale é a propaganda, não é mesmo? A Kibon era tão forte que \”engolia\” suas rivais e dominava o mercado. Tentaram surgir concorrentes grandes, e me lembro aqui da Yopa e da Gelato, já na minha adolescência. A Yopa da Nestlé foi sumindo devagarzinho do mercado, porque ninguém suportava a concorrência, e a Gelato foi comprada pela própria Kibon. Ela mandava e desmandava e fez com os sorvetes o que a Coca Cola e a Pepsi fizeram com os refrigerantes e, mais tarde, a Ambev conquistou com as cervejas: monopolizou o mercado, a tal ponto que não guardamos para a posteridade outros significados e sabores para o sorvete. No começo da década de 1980 a italiana Hebone tentou surgir por aqui. A Kibon já brigou logo de cara, porque o nome da concorrente gringa lembrava o seu, e então a Hebone teve que virar \”Sem Nome\”, e assim investiu pesado por todo o Brasil, mas foi sendo sabotada aqui e ali até sumir e nos deixar com aquele sorvete aguado, sem gosto e sabor, que acabou ganhando o gosto de nossa infância não por suas qualidades, mas pelo monopólio de mercado, hoje ilegal. As regras de mercado e leis proíbem, atualmente, que uma mesma empresa domine mais de sessenta por cento de qualquer segmento industrializado. Na época, a Kibon passou como um rolo compressor por cima de todas as empresas de sorvete, inclusive as caseiras, espalhando boatos de que a água usada na concorrência artesanal não era filtrada, que tinha rato morto dentro, etc… Quem ela não conseguia comprar, destruía. Querem um conselho? Experimentem um sorvete artesanal, ou um importado dos bons, e comparem com um Kibon. Vão ver quanto tempo perdermos por conta do monopólio dela sobre os sonhos doces e cremosos de nossa infância.

Trump x Hillary.
Tristes eleitores norte-americanos, vão ter que escolher entre dois deploráveis candidatos à casa branca. Hillary vai ganhar, mas é tão fraca, tão fraca, que quase nã consegue derrotar Trump, ele uma caricatura, um cartoon, uma piada, e não um estadista propriamente dito, o que é preciso ser para governar o país mais poderoso do mundo. Trump é uma resposta de ultra-direita para o perigo do terrorismo internacional, que Obama temperou em banho maria e que Hillary não irá conseguir combater a contento, porque lhe falta capacidade para governar um país durante uma séria crise política e bélica como aquela que os Estados Unidos já vivem. Trump surgiu porque o eleitorado republicano detectou sabiamente o fracasso dos democratas em lutar contra os muçulmanos extremistas, em evitar a migração desordenada e proteger os empregos da classe média. Ou seja, tudo que Obama não conseguiu. Aliás, o primeiro presidente negro da história deles será conhecido como um bom orador, simpático e que evita polêmicas, manteve os EUA nos eixos econômicos na medida do possível e foi só. Pior do que Bush, que respondeu ao terrorismo com bombas, Obama ignorou o problema, ou fingiu que ajudou. Deu uma de \”joão sem braço\”, como se diz por aqui, e foi enrolando. Os republicanos se revoltaram com tamanha omissão e lutaram muito para retirar os democratas da corrida pela sucessão presidencial, mas apostaram no cavalo errado. Trump é exagerado demais, burlesco, erra na dose e tira a segurança dos mercados. Tanto que vai perder a eleição, mesmo para Hillary Clinton, fraquíssima, sem carisma, sem \”lado\”, como se diz na minha primeira comarca, São João Evangelista. Trump, Bolsonaro, Le Pen, Putin, são respostas de extrema direita ao retumbante fracasso das esquerdas em superar crises. Aliás, esquerdistas tem que aprender que dá pra ser humanitário e eficiente ao mesmo tempo, dá para impor ordem sem ditadura, dá para o Estado nos prover sem nos paparicar. Tem que achar o jeito certo. Candidatos de extrema direita são como comunistas ao contrário, tal como as feministas são machistas com útero. Todo extremista está errado. A perfeição está no meio.

 

O Dito pelo não Dito.
\”Carioca só é politizado no bar.\” (Arnaldo Jabor, cronista, jornalista, cineasta… e carioca).

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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