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RENATO ZUPO

Magistrado • Escritor • Palestrante

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carnaval 2023

De novo o carnaval

ENTRETANTO

Não gostamos de samba. Ou, no mínimo, não consumimos samba. Você não tem samba na playlist que toca no seu carro e deve ter se esquecido da última vez que comprou um CD ou DVD ou foi a um show de samba. No entanto, no carnaval, todas as mídias desenterram marchinhas e folguedos sambistas e todos fingimos que amamos os ritmos de Momo. O carnaval virou um evento folclórico para vender pra turista gringo e dentro em breve vai cair para nós no mesmo ostracismo que contemplou os antigos concursos de beleza (lembra do Miss Brasil?) e dos campeonatos de fórmula um, cujos grandes prêmios quase ninguém mais vê. O carnaval é um fenômeno do século 20 que está morrendo no século 21.

 

Sigam o exemplo.

Vira e mexe o pessoal da esquerda mais radical me descobre e dá uma perseguida. Deixo quieto, no máximo dou nome aos bois nas redes sociais, o que é retorsão, é permitido pelo Direito responder ao agressor no mesmo tom. Mas em geral não gosto, porque por detrás desse bando de maconheiros de zona sul sempre há família, filhos, gente inocente que se ofenderia se eu também magoasse a honra destes meus inusitados desafetos. Da última vez, diante de um post em que deploro Dilma indicada por Lula para a presidência de um banco multinacional, não só me disseram politiqueiro, mas também misógino (porque Dilma é mulher) e ideologicamente vinculado aos ardores bolsonaristas. Falaram do meu cabelo, da minha gravata, absurdo o que esse bando de gente à toa tem de tempo pra perder e pouca noção do ridículo.  Me deram, no entanto, milhagem inédita de visualizações no Twitter. Obrigado por isso, gente! O  que sobra, no entanto, é que, fosse eu Alexandre de Moraes, estariam todos presos, lacrados, com tornozeleiras eletrônicas e contas bloqueadas. A diferença é que decisão minha tem juízo revisor e instância recursal, a dos supremos ministros de Brasília não. Acima dos magistrados do STF só Deus. Outra diferença é que continuo fiel ao princípio democrático da livre manifestação de pensamento, principalmente daqueles que discordam ou não concordam conosco – como dizia Rosa Luxemburgo. Que sirva de exemplo pra todos: não existe transgressor “do bem” da Constituição Federal, não tem essa de “meu malvado favorito”. É um perigo deixarem rasgar a constituição porque a medida é contra a direita de Jair Bolsonaro. Hoje, a direita sofre. Amanhã, a esquerda. Em breve, todos sofreremos.

 

Sem implicâncias.

Não impliquem com o “Entretanto”. A coluna, depois blog, começou mais de vinte anos atrás e continua viva até hoje. É canal de youtube e divulgado em redes sociais há mais de vinte anos e tem seguidores aos milhares no mundo inteiro. Aqui, toda crítica é construtiva e apartidária. E toda focada tecnicamente no Direito. Posso ser uma pessoa conservadora, mas jamais deixaria minhas orientações culturais ou religiosas guiarem minha caneta de juiz ou meus conteúdos técnicos, com os quais abasteço midiaticamente ao meu já extenso público. O Entretanto não é um segredo perigoso guardado a sete chaves e que pode me levar a ser afastado ou preso, não só pelo conteúdo que é técnico, como também porque já informei dele corregedoria, CNJ, isso desde o início de sua versão para o vídeo e para as redes sociais. O programa, que nasceu uma coluna de jornal impresso, já foi inclusive finalista do premio Innovare, apadrinhado pelo CNJ e pelo STF – portanto, sabedores dos meus conteúdos, todos eles conforme as limitações legais do exercício  da magistratura, minha profissão de origem. Não é crime, e nem errado, produzir o Entretanto e fornecer seus conteúdos nas mídias, tampouco é errado replicá-los ou assisti-los. O que não consigo entender é o oposto: alguém não gostar e seguir assim mesmo – o que me lembra minha adolescência e infância, quando só possuíamos canais de tv abertas, e poucas, e trocávamos de canal quando não gostávamos de um programa. E é o que digo para os odiadores que vez ou outra me perseguem: troquem de canal e vão com Deus, porque é meio  ridículo e estranho, até mesmo maluco, alguém não gostar de você e te seguir assim mesmo. É a quintessência da falta do que fazer e da ditadura cultural do politicamente correto.

 

O que não pode.

Juiz, é claro, pode ter ideologia. Não está proibido de ser, por exemplo, capitalista ou comunista, ou anarquista, fascista, etc… Não pode é deixar-se guiar  ideologicamente ao proferir a uma decisão. Se o faz, comete ilícito funcional. O  que as pessoas devem entender é que isso não impede o magistrado, que também é um cidadão, de expor suas opiniões sobre os assuntos em voga no país e no mundo, sem com isto manifestar intenção de voto – o que também lhe é vedado.  Também não pode se manifestar sobre os seus processos antes de decidi-los. Fora isso, é um cidadão normal com pensamentos normais que pode se manifestar normalmente e não está manietado na livre divulgação de seu pensamento, principalmente se se tratar de exprimi-lo para fins pedagógicos. Aí não há crime, infração administrativa, nada, o que não conforma a uma certa turminha de  esquerdopatas que considera que as  pessoas perderam o direito à isenção e que, se não são da sinistra, são de direita e ponto final. Esses caras não merecem a liberdade de divulgação de conteúdos que atualmente possuem, graças à tecnologia atual.

 

O dito pelo não dito.
“As redes sociais profissionalizaram a imbecilidade. Fofoqueiros e invejosos se acham doutores e a maledicência ganhou ares de debate profundo.” (Tati Bernardi, escritora brasileira).

 

Renato Zupo
Magistrado e Escritor

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