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RENATO ZUPO

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Liga das nações Primeira Guerra Mundial blog do IBA MENDE

A Liga das Nações

ENTRETANTO

A primeira guerra mundial acabou em 1918 com o armistício alemão e a assinatura do famoso \”Tratado de Versailles\”, que impunha aos vencidos o pagamento de severas indenizações, redesenhando o mapa da Europa e de parte da Ásia e África. Além disso, milhões de pessoas, dentre as quais jovens e civis inocentes, perderam sua vida por conta de uma carnificina estúpida provocada pelo assassinato isolado de um nobre austríaco. Era muito pouco para gerar conseqüências tão drásticas no mundo todo – esta era a opinião do povo da época e da maioria dos estadistas do lado civilizado do planeta. Coube, porém, ao presidente americano Woodrow Wilson idealizar uma estratégia que impediria (segundo se pensava `a época) que as diferenças de território e políticas fossem resolvidas a poder de canhões e baionetas. Criou-se a \”Liga das Nações\”, que teria por objetivo policiar o mundo e atuar diplomática e militarmente, se necessário fosse, para evitar conflitos armados generalizados e estúpidos como o daquela guerra recém encerrada. A intenção era boa, mas a Liga não tinha exércitos próprios e acabou refém dos países mais fortes a comporem-na. Vinte anos depois sua estratégia e poder foram postos em cheque quando explodiu a segunda grande guerra que a Liga das Nações tentou resolver diplomaticamente, sem êxito. No momento de usar a força, teve que recorrer às demais potências do globo que pensavam e agiam por si próprias e sem dar ouvidos a tratados e convenções internacionais. Deu no que deu: um fracasso institucional retumbante que sepultou por completo a Liga das Nações e não impediu um novo banho de sangue, desta vez de mais de dez milhões de pessoas em todo o globo e em uma guerra ainda mais generalizada.

A ONU.
Mas a idéia de criação de uma força mundial e diplomática de paz não estava morta. Logo depois do fim da segunda grande guerra as potências vitoriosas se encontraram à procura de um consenso que garantisse a paz mundial e um lugar no mundo para os judeus apátridas perseguidos pelo nazismo. Foi assim que Estados Unidos, Inglaterra e a extinta União Soviética, dentre outras nações ricas, deliberaram a criação do Estado de Israel e criaram a Organização das Nações Unidas – a ONU – com sede na Suíça, o mais reconhecidamente neutro de todos os países europeus, e com abrangência e competência para deliberar sobre o bem estar da humanidade e a harmonia de todos os povos e países do globo. No papel, e mais uma vez, idéia excelente e que deu origem a uma entidade internacional muito mais forte que sua antecessora. De lá para cá, a ONU vem se destacando principalmente no auxílio humanitário aos países miseráveis e subdesenvolvidos, ou no socorro a vítimas de conflitos religiosos e guerras civis, através também de entidades irmãs que ajudou a criar, como a Cruz Vermelha Internacional e a UNESCO. No entanto, a ONU repetiu e repete os erros da Liga das Nações, ao não conseguir impedir a eclosão de guerras, tampouco obtendo qualquer sucesso na gestão diplomática de conflitos que possam evitar estas mesmas guerras. Assim é que, desde 1948 até aqui, muitos foram os embates bélicos e as mortes decorrentes da impossibilidade de que o mundo civilizado obedeçesse a uma entidade unificada e sem a bandeira ou a ideologia política específica de quaisquer de seus países membros. E pelo mesmo motivo, que se repete ao longo da história: por não possuir força militar própria, a Organização das Nações Unidas permanece refém de seus países membros, muitos deles poderosíssimos, como os EUA e a Inglaterra, que foram contra a severa determinação da ONU de evitar deflagrar guerra ao Iraque e à Argentina, respectivamente, esta última atacada pelos britânicos por causa das Ilhas Malvinas e no começo dos anos 1980. Ou seja, a entidade perde em credibilidade quando seus próprios países membros não a obedecem, quando seus criadores abandonam seus postulados para pensar e agir conforme seus próprios interesses e preocupados apenas com o que ocorre no seu quintal ou ao redor do próprio umbigo. A ONU tem que ser repensada, tem que ter poder de mando e decisão como uma entidade própria e independente, e a desobediência aos seus preceitos pode e deve gerar sanções econômicas e militares à nação infratora. Sem isso, jamais termos paz na terra para os homens de boa vontade.

Tiranos distantes.
O Presidente americano Barack Obama e outros líderes mundiais estão evitando a qualquer preço deflagrar uma guerra de aniquilação total contra rebeldes muçulmanos radicais e nações simpatizantes do terrorismo que pululam o oriente médio e a África e que possuem ramificações e tentáculos espalhados pelo mundo todo. O esforço parece ser inútil, e novamente a ONU não vem esboçando reação suficientemente forte aos atentados e contra-ataques e ocupações decorrentes, ainda, da já distante guerra do golfo, em que George Bush pai expulsou o líder iraquiano do Kuwait recém invadido. Tudo que dali em diante ocorreu foi resultado da interferência armamentista americana no mundo árabe e na queda de Saddam Hussein, que dominava pelo medo àquela parte esquecida do planeta. Se o mundo não mudar e se não houver um esforço uníssono pela paz, para fazer cessar o terror, novo conflito mundial armado haverá de ocorrer nos próximos anos, porque não há mais espaço no mundo moderno para tiranos dotados de obscurantismo político e religioso e porque, principalmente, a se depender da eficácia da ONU em conter conflitos, é melhor procurar rapidamente o abrigo antibombas mais próximo de sua casa e esperar sentado, ou deitado, alguma ação que impeça um novo morticínio generalizado.

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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