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RENATO ZUPO

Magistrado • Escritor • Palestrante

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joaquim barbosa stf

Sossego perdido

ENTRETANTO

A superexposição de nossos ministros do STF nasceu lá atrás, com a criação da TV Justiça, bem antes das mídias sociais e plataformas de streaming. E coube a Joaquim Barbosa ser o astro principal durante certo tempo, esquecendo-se que compunha a mais alta corte de justiça do país para comportar-se como um valentão de boteco ofendendo a seus pares e causando enorme confusão, principalmente por ocasião do julgamento da ação penal  470, o mensalão. Ele, que agora afirmou voto em Lula, na época pôs todo o alto escalão  petista atrás das grades. Como dizia Roberto Carlos, “estrelas mudam de lugar”. Fato é que, hoje,  por conta desse excessivo aparecimento midiático de nossos ministros, além de suas decisões conturbadas (para dizer o mínimo),  eles (e nós) perdemos o sossego, só que no caso de Alexandre de Moraes e seus pares é bem pior: haverão de andar com seguranças e carros blindados para o resto de suas vidas. Eu que já andei escoltado por certo tempo sei que merda é isso.

Curva de Rio.
Lembram-se do Caco Antibes,  imortal personagem interpretado por Miguel Falabela no programa “Sai de Baixo”? Em outros tempos menos politicamente corretos, Caco bradava que “detestava pobres” e os ridicularizava,  imitando os cacoetes e hábitos da classe trabalhadora. Países pobres, ou ao menos pobres de espírito e de política, mantém uma mesma tendência brega: impeachments, prisões de presidentes, passeatas, panelaços, deposições e golpes. Enfim, coisa de pobre de terceiro mundo, favelado global que ainda se preocupa com a velha discussão sobre esquerda e direita. No Peru depuseram um presidente que tentou o golpe (ou contragolpe) para manter-se no poder. Assumiu a vice, já ameaçada no cargo. Além  disso, condenaram agora também a Cristina Kirshner na Argentina. Não que ela não mereça, é que não adianta nada,  só serve pra alavancar o  dólar americano e criar crise econômica e política. E depois fica todo mundo elegível de novo, rapidinho, basta lembrar do mensalão e do petrólão por aqui. Gente, vamos deixar político fazer política. Não que sempre funcione, mas é a única alternativa democrática que temos. O resto é coisa de republiqueta de bananas.

Inelegibilidade?
Por falar de antigos programas campeões de audiência, em época remota de TV aberta e antena espinha de peixe,  nas  novelas daquela época se anteviam as “cenas dos próximos capítulos”. Na política brasileira, estas cenas são bastante óbvias e o governo Lula já promete emoções fortes, intuindo que irá  buscar  a inelegibilidade de Jair Bolsonaro com todas as intrigas de bastidores e alianças limpas e espúrias que puder fazer. Nada de novo no front. Nem originais somos, porque é o que tentaram fazer com Trump nos EUA. Preocupa à esquerda no  poder que seus adversários comportem-se como a turma vermelha faz,  buscando um continuísmo político que pode endurecer vindouras disputas eleitorais. A história de processar e condenar políticos por crimes de responsabilidade ou do colarinho branco lembra a situação do guarda de trânsito que encrenca com o motorista em uma blitz: vai encontrar alguma coisa pra multa-lo, certamente: extintor vencido, farol desregulado, condutor de sandálias havaianas. Se quiser criar problemas, vai conseguir – toda atividade fiscalizatória é assim. Têm-se sempre a faca e o queijo na mão, por isso com o poder vem sempre, obrigatoriamente, a prudência, e não pode vir a ideologia político partidária. Tudo ao contrário do  que ocorre, hoje, na fiscalização judicial  de nossa classe dirigente política.

Novilíngua.
Vou ser repetitivo e chato,  mas é importante: o marxismo adota a estratégia de recontar a história e apagar traços culturais e religiosos que lhes sejam incômodos ou desinteressantes. Nesse caminho, não hesita em proibir menções, expressões, palavras. Já o comunista Antonio Gramschi, adorado por Fernando Haddad,  criou o marxismo cultural  para nos tornar a todos socialistas sem  que o saibamos, a partir dos formadores de opinião (imprensa, artistas, professores, etc…). Pois bem. Há quem duvide e diga que é coisa de Olavo de Carvalho ou catastrofismo distópico de George Orwell, que criou a “novilíngua” imposta por ditaduras em um de seus romances. No entanto, estavam ambos certos, ao  que parece de uma cartilha distribuída em um encontro “democrático” por iniciativa do TSE, o super tribunal com  competência para além  das eleições,  e que recomenda proibir (!!!) algumas expressões e palavras. Confira-as:
“ A coisa tá preta, Barriga suja, Boçal, Cabelo ruim, Chuta que é macumba!, Cor de pele, Criado-mudo, Crioulo, Da cor do pecado, Denegrir, Dia de branco, Disputar a negra, Esclarecer, Escravo, Estampa étnica, Feito nas coxas, Galinha de macumba, Humor, negro, Inhaca, Inveja branca, Lista negra, Macumbeiro, Magia negra, Meia-tigela / de meia-tigela, Mercado negro, Mulata, Mulata tipo exportação, Não sou tuas negas!, Nasceu com um pé na cozinha, Nega maluca, Negra com traços finos, Negra de beleza exótica, Negro de alma branca, Ovelha negra, Preto de alma branca, Quando não está preso está armado, Samba do crioulo doido, Serviço de preto, Teta de nega, Volta pro mar, oferenda! “
Novilíngua pura. Acorda Brasil.

O dito pelo não  dito.
“A única esperança do PT é a fraude eleitoral. Como e se vão fazê-la, não sei” (Olavo de Carvalho, escritor e filósofo brasileiro, em  2015),
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Renato Zupo
Magistrado e Escritor

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