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RENATO ZUPO

Magistrado • Escritor • Palestrante

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Papai Noel moderno

ENTRETANTO

Andando pelos shoppings este final de ano me deparei com a normalíssima cena dos Papais Noéis em quiosques, obviamente atores fantasiados do bom São Nicolau, aguardando crianças para fotos, balas e doces. Só que dessa vez, para meu espanto, os bons velhinhos não abraçavam nem punham no colo os meninos e meninas que, ávidos de tradição natalina, os procuravam estimulados pelos pais. Nada disso. Os Noéis sentavam-se secos e formais ao lado dos pequeninos, sem maiores dengos e intimidades. Sinal dos tempos modernos? Certamente e tristemente. Esta é mais uma consequência funesta da síndrome do “politicamente correto”, que reprime tradições centenárias e trata com normalidade condutas estranhas ao imaginário coletivo e ao senso ético dos povos. Tudo em nome – repito – de meia dúzia de (de)formadores de opinião que ditam a moda da vez e impõem o que é certo e o que é errado. Bradam nas redes sociais. Agridem quem pensa diferente. Transformam a sociedade ao seu bel prazer. E as vaquinhas de presépio obedecem impávidas. Aliás, o presépio também é outra tradição natalina – daqui a pouco vão querer bulir também nele, inserir por lá minorias e transgêneros. Já imaginaram um rei mago gay? Não há problema algum em se manter a tradição dos Papais Noéis que abraçam, beijam e põem no colo crianças. Nenhuma sombra maligna de suspeita de pedofilia ou algo tão asqueroso quanto, que porventura ronde as mentes podres e sujas de gente anormal, pode destruir uma das mais antigas e queridas tradições infantis.

A Bolha.
Lendo Bumerangue, de Michael Lewis, jornalista craque em microeconomia, percebo que está acontecendo conosco o mesmo que ocorreu na Irlanda e na Grécia. Os Gregos precisavam de capital externo e por isso maquiaram seus números e ocultaram sua dívida interna, tudo para entrar e se manter na zona do euro. O segredo disso? Sonegação e impunidade – mazelas que conhecemos bem em nosso país. Quanto à Irlanda, seus bancos se dedicaram a financiar imóveis e construções emprestando dinheiro com altíssima taxa de risco, sabedores que sua quebra seria contida pelo governo, por lá obrigado a socorrê-los em prol dos correntistas e acionistas. Só que o governo irlandês não controla eficientemente a atividade bancária. A demanda imobiliária deles jamais justificou os empréstimos e investimentos no setor, simplesmente porque não há gente suficiente naquele país para habitar tantos imóveis. Nem se a Irlanda abrisse as portas para todos os refugiados sírios daria conta de ocupar as habitações já construídas ou recuperar o boom imobiliário. Também é isso que acontece aqui: casas demais, mutuários insolventes, dinheiro público salvando Bancos e investidores. Só que, no Brasil, esse dinheiro é mais escasso e está minguando para o pagamento de despesas básicas de salário, saúde e educação. Quando o mercado se retrair de vez, quando a bolha estourar, precisaremos de um governo federal forte.

Ano Eleitoral.
Não se enganem. Vai jorrar dinheiro público em 2018, retirado de um baú semivazio e que não suporta as despesas ordinárias desse país excessivamente grande, complicado, difícil de gerir. Desse Estado atrasado, ainda perdido com reforma agrária e divisão de renda. Dessa gente que a tudo suporta, inclusive àqueles que desmandam e se comportam como donos do povo, quando deveriam servi-lo. Um país repleto de liberdades, mas sem educação para desfrutá-la com responsabilidade. Uma nação que vivencia uma crise ainda em seu prólogo e cujo povo não confia mais nas suas instituições democráticas. O Brasil, da Constituição Federal jamais cumprida, do Poder Judiciário entrando em pane, das polícias mal aparelhadas e da saúde pública caótica. Pra tudo falta dinheiro, menos pra campanhas eleitorais, pra negócios de bastidores, para a aprovação de conveniências políticas.

Pluripartidarismo.
O sistema eleitoral com ampla liberdade de associação e adesão de partidos nanicos nas coligações políticas somente seria possível com rígidas cláusulas de barreira – que impedem a migração de candidatos deste para aquele partido, ao sabor das marolas eleitoreiras. É desnecessário, é um fiasco, é um desperdício admitir a existência de um número enorme de partidos políticos, vários deles sem representação política consistente no Congresso Nacional. Assim como ninguém, na faculdade, nos livros ou na carreira, jamais me explicou qual a necessidade de um poder legislativo bicameral, com Câmara dos Deputados e Senado Federal. Para quê? Basta uma destas instituições! Até nisso imitamos os Estados Unidos. Então, adotemos o dólar e Trump de uma vez.

 

O dito pelo não dito.
“Não adianta chorar. Não adianta juntar os dedos em súplica. É preciso envelhecer.” (Virginia Wolf, escritora inglesa).

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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