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RENATO ZUPO
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Verba para a Educação

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Se toda pessoa bem intencionada fosse para o céu, o inferno ficaria vazio. Tem que haver certo pragmatismo nessa vida, porque se os resultados sozinhos não são importantes, alguma importância tem. Quando o Presidente corta verbas da educação superior, elegendo dentre os cursos aqueles vinculados às denominadas ciências humanas, ele demonstra uma preocupação correta com o nível do nosso ensino – que realmente não faz por merecer chamegos e nem justifica os valores dos repasses costumeiros. Só age errado ao impor cortes orçamentários sumariamente. A qualidade de nossos formandos da área de humanas, em regra, é assustadoramente baixa e algo precisa ser feito para acabar com esse jogo desonesto em que professores fingem que ensinam e alunos fingem que aprendem, e todo mundo ganha salário e é aprovado com louvor. É urgente a necessidade de consertar o que está errado. Mas concordamos, eu e Bolsonaro, só até aqui. Ao invés de simplesmente empobrecer os cursos e universidades, melhor seria estipular metas que, se não alcançadas, gerariam cortes, isso pra zerar os erros do passado e agir conforme uma mentalidade mais prática de valorizar o “daqui pra frente”. Escolher como delimitador temporal, como marco inicial para o que realmente importa, uma nova gestão livre de ideologismos na educação.

O Ensino de Humanas no Brasil.
As denominadas Ciências Humanas englobam um feixe de cursos superiores facilmente discerníveis. Na prática, tudo o que não se tratar da turma do avental da área da saúde ou da numeralha de engenheiros e matemáticos estará inserido em Humanas – fora o Direito, que é Ciência Social. Assim, Pedagogia, História, Filosofia, Jornalismo, Artes de quaisquer espécies, dentre outros, incluem-se nessa categoria. O atual Ministério da Educação se preocupa tanto com os cursos superiores desse específico setor porque funcionam pessimamente faz mais de cinquenta anos. Para que não se diga que a análise serve para culpar ideologias de esquerda, a verdade é que essas disciplinas passaram a ser sucateadas pelo regime militar que implicava, sobretudo, com a Filosofia, tanto que a retirou do ensino médio onde era obrigatória até o advento da ditadura. Basta que se confiram quais foram os últimos grandes pensadores, escritores, poetas, pedagogos ou historiadores brasileiros das últimas décadas e se perceba que… não os há! Na música, fora os modismos, sobrevivemos dos baianos da Tropicália e de Chico Buarque desde 1970. O jornalismo, como cátedra universitária, está morto. Nossos últimos grandes poetas foram Drummond e Vinícius, finados há trinta anos ou mais. A História brasileira como ciência até aqui vem guiada por Sérgio Buarque de Holanda, pai do Chico, pra que se tenha ideia de quanto tempo tem. Só agora surgem novos narradores de nossas desventuras históricas, Eduardo Bueno e Laurentino Gomes dentre eles, mesmo assim com relatos fragmentários e sem a amplitude panorâmica ou a sistemática científica do velho Sérgio. Essa estagnação intelectual explica o péssimo nível de nossos cursos superiores e justifica, sim, a tomada de medidas mais duras que visem recuperar nossa excelência de outrora. O corte orçamentário puro e simples é que não funciona.

Neologismos.
As novas palavras e termos inventados e que são incorporados à nossa língua não param de surgir na era da internet e do mundo virtual, encampando a linguagem da computação e o inglês tecnológico. A isso se dá o nome de “neologismo”, que avulta. Não estou falando de expressões já arcaicas como videogame, vídeo, cassete, CD, dentre outras. Isso é do século passado. Agora a coisa deslanchou, ou você nunca printou um documento? Eu outro dia aprendi a dar um print screen na tela do meu celular e fiquei todo entusiasmadão com a jovialidade do conhecimento novo. Download já é bem conhecido e, sinceramente, mais simpático que “descarregar”- que me lembra diarreia. Agora, aprendi uma nova: “controle assistivo”, que é a novidade deste ano do IPhone da turma do Steve Jobs, para mim superestimado. Sempre fui do time dos celulares resistentes, quadrados e baratos. O que é controle assistivo? Ora, dê um Google!

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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