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RENATO ZUPO

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O aeroporto Romeu Zema, de Araxá, foi muito bem construído e reformado recentemente. Possui torre de controle, amplo espaço para passageiros e visitantes, guichês (no plural) para check inn, lanchonete, isso além da terceira maior pista de pouso de Minas, só perdendo para os aeroportos da capital. Ou seja, sua pista é maior que as de Uberlândia, Uberaba, Montes Claros e de um monte de cidades muito mais populosas que Araxá. E o vi esta semana às moscas. Isso, amigo, é desperdício de dinheiro público e de parceiros que ajudaram na sua construção e reforma. Agora ali jaz uma edificação mal aproveitada e lúgubre de tão vazia de pessoas. Apesar de muito bem administrado, seu funcionamento depende de uma iniciativa privada que só pensa no próprio umbigo e em seus lucros. Lembro-me de dois vôos diários, ida e volta, todos os dias da semana, para BH e São Paulo. Na década de 1940 era o segundo aeroporto mais movimentado de Minas. Quando mudei para Araxá, em 2005, o governo municipal isentava a companhia aérea de impostos, garantia o pernoite da tripulação e com parcerias bancava também um número mínimo de poltronas ocupadas e pagas. Com isso nos assegurava vôos diretos e comodidade. Com uma rodovia mal cuidada por uma concessionária que ainda não disse a que veio e só duplica pistas nos postos de pedágio, a alternativa aérea se tornou mais do que nunca cômoda e segura para os araxaenses e habitantes de cidades vizinhas. É para vôos irem e virem superlotados como, aliás, já ocorreu. Passou da hora de se criarem alternativas para o funcionamento pleno de linhas aéreas regulares por aqui e a população deveria se mobilizar para isso.

Revolta social.
As pessoas se revoltam com penas brandas, criminosos postos em liberdade muito cedo, excesso de direitos concedidos a presos. Isso aqui e lá fora. Em um almoço no interior da Espanha com amigos, fui sabatinado por um grupo de mães de família: não conseguiam compreender como aqui no Brasil campeia a impunidade e tampouco conseguiam conceber viver em um país tão inseguro por conta da brandura das leis e da ineficiência do Estado em punir delinqüentes. Não que por lá não existam queixas. Surpreendi-me com o fato de que espanhóis também reclamam de justiça morosa e penas baixas. Mas, é claro, a impunidade naquela linda terra é bem menos expressiva que no Brasil. Nisso ganhamos longe e folgado da maioria dos países do mundo. É um triste recorde. Por falar em Espanha, certa vez determinei a oitiva de uma testemunha que estava presa por lá, condenada à uma pena de quatro anos de reclusão pelo crime de… falso testemunho (perjúrio). Aqui, esse delito seria resolvido nos juizados especiais e com pagamento de cestas básicas. Um jogador de futebol que já foi famoso, o zagueiro Breno, ficou preso quatro anos na Alemanha, preso mesmo, porque ateou fogo na própria casa para se beneficiar do valor do seguro do imóvel. Novamente, aqui a coisa se resolveria em pena semi-aberta, prestação de serviços comunitários, etc… Ainda assim há juristas idiotas, ou mal informados, ou mal intencionados, que advogam a tese de que “lá fora” as penas são verdadeiramente socializadoras e mais brandas. Besteira! Ou conhecem o mundo somente pela telinha da TV, ou são filósofos de botequim que não sabem do que falam. A pena é ressocializadora quando o cárcere é digno. Basta o poder público por a mão no bolso e administrar bem ao sistema prisional. Pagamos impostos altíssimos para isso.

Estranheza.
Quando votam, as mesmas pessoas que criticam a impunidade brasileira atiram no próprio pé e prejudicam seus ideais de justiça. É que escolhem e elegem candidatos com perfis moderninhos e protagonistas de discursos socialistas que, historicamente, tratam criminosos como doentes e abrem as portas das cadeias ao invés de reforçar suas grades e trancas. São eleitores que querem um bom churrasco, mas preparado por um vegetariano. As esquerdas precisam de criminosos nas ruas, votando, para se elegerem.

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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