O conheci pessoalmente e é um parlamentar técnico com larga experiência de vinte anos como congressista. Quando não está falando de homossexuais, negros e feministas, demonstra ter grandes ideias para o Brasil. O problema é que não consegue sair dessas polêmicas… Bolsonaro deve evitar armadilhas ideológicas montadas por esquerdistas caviar e jornalistas interessados em esquentar notícia, sair ao largo dessas discussões sem fim e se concentrar em sua campanha e plataforma de governo. Estava forte, mas sua dificuldade em conseguir um candidato à vice demonstra que vai ficar isolado na corrida eleitoral.
Álvaro Dias.
Com aquela pinta de diplomata do Itamaraty não conquista o eleitorado nordestino, que quer votar em gente com cara de pobre ou que pertença a alguma minoria étnica ou de gênero. Pode ser um sujeito correto, mas isso é muito pouco para endireitar o Brasil. Evita polêmicas e não faz inimigos, o que é bom e é ruim: não é criticado, mas tem que aprender que passarinho que fica em cima do muro toma pedrada dos dois lados.
Marina Silva.
O perfil oposto ao de Alvaro Dias: parece pobre demais. Como todo candidato de esquerda, Marina é gente boa, interessada em melhorar o país, e você até a chamaria para um churrasco na sua casa. Mas basta imaginá-la como presidente, com aquele figurino da Chiquinha do Chaves, falando para a nação como quem conversa com seringueiros e ambientalistas, que logo se nota que não emplaca nem para governadora de seu diminuto estado, o Acre.
Geraldo Alckmin.
O PSDB saiu bastante debilitado dos escândalos da Lava Jato, depois do caso JBF, e isso chamusca o nosso picolé de chuchu, Geraldo Alckmin. Mas convenhamos: foi um governador acima do razoável em São Paulo e não parece ter esqueletos escondidos no armário. Possui forte rejeição no próprio estado, porém, principalmente da esquerda petista do ABC, gente que votaria no capeta, ou no Bolsonaro, mas não votaria nele.
Esse candidato calado é um poeta. Basta abrir a boca e vai fazendo inimigos a torto e a direito. Conseguiu separar-se de Patrícia Pillar, o que conta pontos negativos no currículo desse cearense que nasceu em São Paulo, fez doutorado em Harvard e é professor universitário. No entanto, conversa como um estivador de ressaca e não traz para a vida pública nada do que aprendeu. Vê-lo falando de macroeconomia lembra uma dona de casa reclamando do preço do tomate. Não passará.
Nosso ex-presidente está preso e inelegível. Votar nele vai ser como tentar eleger um fantasma e seria ridículo permitir sua candidatura. Imaginem a justiça eleitoral ter que liberá-lo para a campanha toda manhã e recolhê-lo ao cárcere de tarde. E, se eleito, vai governar da cadeia. Lula não é um preso político. É um político preso. E nem solto ganharia – sua rejeição é altíssima.
O Dito pelo Não dito.“Lula não é preso político. É político preso”. (Renato Zupo).
Magistrado e Escritor