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RENATO ZUPO
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Mirosmar

ENTRETANTO

Zezé de Camargo, o artista e bom sertanejo cujo nome de batismo é “MIrosmar”, agora também foi vítima do patrulhamento ideológico covarde de uma esquerda moribunda e frustrada que só prega a democracia que lhe convém. Ze disse em um programa de Web TV que não existiu ditadura, mas um militarismo vigiado, durante os vinte e tantos anos em que perduramos sob a presidência dos generais. Como dizia Paulo Francis, well… Se não há democracia, Zezé, há ditadura, isso é evidente. E se não podemos votar, não há democracia. Partindo deste silogismo, você está equivocado. Mas, pergunto, e daí? Erre a vontade! Você tem direito de pensar! Esse pessoal inteligentinho de botequim de zona sul que elogia Chico Buarque porque fala pró esquerda tem que aprender a ouvir o lado de lá da sociedade. Que engulam, por qualquer via, a verdade dos outros. E discordem, mas com respeito. Tenho nojo de patrulhamento ideológico.

Caros Amigos.
Eu também leio o inimigo. Quero saber como pensam aqueles que insistem no socialismo derrocado e falido, e não por outro motivo consulto muito Noah Chomski e Eduardo Galeano, dentre outros. Escrevem muito bem. Concordo com os problemas que detectam, apenas discordo do meio de resolvê-los. Com esse paradigma, resolvi comprar edição recente da declaradamente esquerdista revista “Caros Amigos”, que tem sim gente muito boa escrevendo, com textos de primeira água. Também comprei porque (finalmente) mudou o formato e o papel, deixando de parecer um jornalão incômodo de manusear. Com formato menor, comprei célere a novidade para imergir no pensamento brilhante dos formadores de opinião do lado de lá do muro vermelho. Que decepção! Para que se tenha idéia do nível do despudoramento, a reportagem de capa é sobre o regime democrático venezuelano (isso mesmo) e como os países imperialistas estão desestabilizando o governo eficiente de Nicolás Maduro! Mas o pensamento de esquerda também consegue ser sutil porque, afinal de contas, é preciso fisgar os pseudo-informados: reclamam do tucanato no poder em São Paulo, e usam como argumentos as salas de aula abarrotadas de alunos, o superfaturamento de obras de ampliação do metrô paulistano, contratações questinoáveis, etc… Poxa, esse pessoal vive onde? Na Dinamarca? São Paulo pelo menos tem escolas pra todo mundo. Queria ver o autor da reportagem no sertão do Piauí, onde alunos de diversas séries tem aulas em taperas sem luz e água. E a questão de superfaturamento, obras, etc… Gente! Estamos no Brasil, e São Paulo não é diferente. Se o governo fosse do PT, era implicância das elites. Como é dos tucanos… Felizmente, não há remédio melhor para conter os ímpetos populistas dos radicais do que colocá-los no poder. Aí o povo vê que há gente para ser telhado, e há gente para ser pedra, e trocá-los de lugar redunda em desastre.

Nós vai.
A interceptação de mais uma desastrosa conversa telefônica entre Joesley Batista e Ricardo Saud revela muito mais do que a podridão nos bastidores do poder. Mostra o nível cultural das elites brasileiras, que não sabem sequer falar português direito. Refiro-me à frase que há de entrar tristemente para a história: “preso nos não vai”, do bilionário Joesley ao seu carregador de pasta, ambos detidos poucos dias depois. O que caracteriza pessimamente nosso país é o fato de que a elite econômica não corresponde à elite intelectual. Deviam dar exemplos bons e, ao contrário, só exibem seu dinheiro, carrões luxuosos, mansões e… muita ignorância. É essa mesma galera que freqüenta festas de funk, de sertanejo universitário e que já não se recorda mais quando foi a última vez que abriu um livro, nem que fosse para puxar sono.

Prisão.
Dei entrevista á TV Justiça semana passada. Queriam saber o que penso de recomendação recente do CNJ, preocupada com o alto índice de decisões judiciais impondo penas reclusivas, de privação da liberdade. Querem que o Judiciário prenda menos. Só que a sociedade quer e acha o oposto! O povão pensa que juiz manda prender pouco e por isso o Poder Judiciário não é efetivo e há tanta impunidade. Triste dilema o do magistrado criminal brasileiro, que haverá sempre de desagradar um ou outro setor descontente com sua atuação.

 

O dito pelo não dito.
“Observe: quem escuta música alta geralmente escuta música ruim.” (Renato Zupo, magistrado e escritor).

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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