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RENATO ZUPO

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Lula e o Papa

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Há os que achem indevida a visita de Lula ao Papa Francisco, e mais errado ainda o Santo Padre receber alguém condenado por corrupção. Outros acreditam que nosso Sumo Pontífice é um pensador mais à esquerda do Vaticano e que, por isso, deu honras e pompas a Lula considerando-o vítima de perseguição política e violência de Estado. Todos que compõem uma ou outra patotinha estão errados: não foi um gesto político, para qualquer lado. Quem lê e estuda a Bíblia conhece diversas passagens em que Jesus se atrela aos condenados e pecadores, e não estou falando só de Maria Madalena. Certa feita ele foi reprimido por andar com bêbados pecadores (Mt 9:17), em outra oportunidade comia com criminosos e atraía a ira dos fariseus (Lucas 15:2), e por fim é condenado e morre ao lado de dois ladrões, seus colegas de julgamento e execução (Lucas 23:39). Portanto, sacerdotes, santos e padres darem apoio às pessoas com problemas com a justiça não é novidade, muito menos para o bom Papa Francisco, ele um jesuíta. E atenção: Lula não foi recebido como presidente ou ex-presidente da República. Na verdade enfrentou fila e abraçou o santo padre como cada um de nós, com alguma sorte e boas relações, teríamos condições de fazer. Nada há de político ou ideológico no encontro destes dois antológicos personagens da história recente do mundo.

Olavo, o desbocado.
A filosofia de Olavo de Carvalho é uma poderosa ferramenta de dissecação de toda a trajetória da civilização ocidental. Olavo é um guerreiro conservador que luta contra a hegemonia cultural que deforma o jeito de pensar dos jovens e lhes empurra a praga do “politicamente correto” através da mídia e dos meios pseudo-intelectuais e acadêmicos. Ele é o mais competente intérprete de Aristóteles em Língua Portuguesa. Corajoso, foi perseguido pelos conglomerados de comunicação brasileiros e acabou indo morar nos Estados Unidos, de onde continua angariando seguidores, adeptos e desafetos. Agora, não concordo com tudo que ele pensa: quando diz que não está nem aí para o governo brasileiro, com aquele seu jeitão informal de ir logo ao ponto, sem frescuras e com sua fala repleta de palavras que temos vontade de falar, mas não falamos, não dá para concordar com ele. Até gostaria, se morasse fora, como Olavo de Carvalho. Por aqui, sabemos que o que atinge o governo acaba resvalando na nossa economia e no nosso povo já tão sofrido.

Guedes e as empregadas.
Dólar alto é sempre, sempre, sempre, perigoso. Quer ver? Quando foi que nossa economia esteve melhor, quando você comprou mais, viajou mais e endividou menos? Não precisa forçar a memória, eu te digo: entre o governo FHC e o primeiro governo Lula, quando o dólar estava lá embaixo, o emprego em alta, o consumo e o crédito em uma crescente próspera, o PIB estável e positivo. Simples assim. Sem esse papo de que é uma bolha, que a bolha estoura, que é ruim para as exportações, etc… Tudo mimimi. Analise sua vida pessoal, seu passado próximo, sua história recente e reflita. O que não se pode é manipular o câmbio, criar um falso poder de compra com nossa moeda. Isso é veneno em longo prazo – mas não foi isso o que aconteceu no Brasil em nossos tempos mais prósperos, porque estamos falando de oito, dez anos inteiros, em que namoramos e pegamos na mão do primeiro mundo, em que nos tornamos quase um país rico, estivemos quase lá. Por isso não se pode concordar com um ministro da Economia que festeja o real fraco e acredita em empregadas domésticas indo à Disney com o dólar alto – só se for a empregada do Paulo Guedes. Não à toa Donald Trump nos acusa de enfraquecermos artificialmente nossa moeda. Agora está claro o motivo: Guedes e seus técnicos têm a estranha teoria de que déficit cambial controla a inflação e melhora a empregabilidade. Se não mudarem de política econômica o quanto antes atolamos de novo, como na época de Dilma.

Fortes chuvas.
Não me lembro de ter visto chover tanto quatro meses seguidos. Planejamento urbano algum previne os estragos desse aguaceiro, gestor algum consegue remediar os problemas surgidos com enchentes e inundações nas cidades e estradas, diante de tempestades tão fortes e contínuas. Catástrofes climáticas ocorrem no mundo todo: há nevascas, avalanches, terremotos e tsunamis, e nem por isso se procuram responsáveis pelos efeitos danosos e mortíferos das intempéries – porque desastres naturais são, justamente, isto: naturais. Aqui, pomos a culpa na má educação das pessoas e na inépcia dos nossos líderes… Nem os cidadãos mais civilizados do mundo, comandados pelos políticos mais brilhantes do planeta, impediriam a destruição que nossas chuvas causaram. Em Minas, quase um dilúvio. Faltou culparem Noé por não construir a arca em tempo adequado.

O dito pelo não dito.
“Meia idade é quando você percebe que seus pais estão velhos, seus filhos estão adultos e você não mudou nada.” (Fred Schoenberg – humorista americano).

Renato Zupo
Magistrado e Escritor

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