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RENATO ZUPO

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Indo embora

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Primeiro Jean Willys, agora Márcia Tiburi. Representantes midiáticos da neoesquerda brasileira vão indo embora do país, se autoexilando, se é que existe essa palavra. Durante o regime militar pós 1964 outros tantos fizeram do mesmo – é uma maneira fácil de atrair holofotes e adeptos para uma ideologia superada. A cantilena de hoje é idêntica à de ontem e sempre, não mudam sequer as entonações: criam-se situações de risco pessoal para justificar a velha tática covarde de abandonar o barco afundando. Tiburi e Willys, sempre bastante agressivos na mídia e em redes sociais, bebem do próprio veneno afirmando-se hostilizados e com a vida ameaçada. A filósofa Márcia Tiburi considera reacionários todos aqueles que não sejam socialistas e sua obra está impregnada por sua cólera ideológica. Jean Willys procura inimigos dentro e fora do armário. Ele é o que cospe no rosto de quem não segue sua cartilha, tal qual José de Abreu, outro que daqui a pouco também se dirá perseguido e autoexilado. Impressionantes três coisas: 1) É um pessoal que só anda aparecendo por causa disso – de resto, são uns medíocres; 2) querem porque querem associar sua imagem à da vereadora Mariele, esta sim verdadeira vítima de uma violência que não causou; e, finalmente e não menos importante: 3) por que esses caras não se autoexilam no Afeganistão, em Cuba ou na Venezuela? Só vão pra primeiro mundo capitalista… Fácil, não? Lições de Lenin. Vladmir Ilich Ullianov criou o nome de guerra “Lenin” para divulgar o Marxismo na Rússia e tomar o poder, criando a União Soviética. Sua missão era ingrata: quando descobriu o discurso de Marx, a teoria já estava defasada na própria Alemanha natal do velho filósofo e se acreditava que a Rússia – atrasada em termos europeus – jamais abandonaria a vida camponesa de submissão aos seus imperadores absolutistas, os Czares. Ou seja, nenhum socialista havia se interessado em testar as ideias de revolução do proletariado naquele fim de mundo russo paupérrimo, até a chegada de Lenin, inflexível, profissional e paciente. Ele jamais recuou ou cedeu: passou duas décadas arregimentando seguidores e discípulos e não fez qualquer concessão aos seus opositores. Vejam bem: jamais arredou o pé de seus ideais marxistas, concordemos com ele ou não. Foi um homem duro, asceta, sem hora de lazer e que durante toda sua vida adulta só pretendeu o poder político que ao final obteve – não tinha sonhos de grandeza, vaidade ou dinheiro. Nada de tríplex ou sítio com ele. Critiquemos ou não o marxismo, passou da hora de nossos governantes aprenderem um pouquinho com a História: nossa Presidência da República faz concessões demais à turma do “mi mi mi”. Há momentos em que adversários políticos podem e devem ser ouvidos. Mas o momento não é agora. Precisamos de força, perseverança, e menos hesitação e retórica arquejante. Culturas. Há duas visões para a temática cultural em nossa Constituição Federal. Não conseguimos entender esses conceitos e os confundimos porque somos como o filósofo de botequim mencionado por Umberto Eco no final de sua prolífica carreira, damos opiniões sobre assuntos que não dominamos e acreditamos que resolveríamos todos os problemas do mundo se tivéssemos algum espaço político para tanto. Com essa empáfia, erramos muito e andamos mal. Com o conceito de “Cultura”, por falta de formação filosófica, há gente graúda e doutora que não se entende – mas nossa Constituição é de uma clareza absurda, e nisso só reforça as premissas históricas criadas desde a descoberta das Américas. Há a “cultura” pedagógica, letiva, erudita – é essa que deve ser incensada e protegida pelo Estado. E há a cultura sentido puramente antropológico e que deriva dos pensares e costumes de povos indígenas, ameríndios, autóctones e aborígenes – enfim, você entendeu: sociedades primitivas. Estas últimas espelham manifestações culturais específicas e evidentemente também devem ter a proteção estatal, mas sob outro prisma. Precisam ser preservadas, dado seu inegável valor histórico. Só não é possível que distintos conceitos culturais criem valores comuns. Isso significaria perseverar na periferia do mundo, adubando o raciocínio ignorante de que essa terra nunca nos pertenceu, nossa religião pátria é o candomblé ou a ritualística tribal, e nossa língua mãe é o Tupi-Guarani. Afinal, desde Darwin aprendemos sobre evolucionismo.  

Renato Zupo, Magistrado e Escritor

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