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RENATO ZUPO
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Freud e os sonhos

ENTRETANTO
Quando lia a Interpretação dos Sonhos, livro maior do pai da psicanálise, Sigmund Freud, aconteceu-me fato estranho. Sonhei com uma ex-aluna muito estimada e que não via há anos, desde que se casou e, literalmente, mudou. Não possuía, então, qualquer motivo especial para sonhar com ela. Não ouvira falar dela à época, nada que assistira ou lera ou vivenciara me lembrava ainda que remotamente da moça. E sonhei com ela pedindo socorro. Mais estranho ainda foi saber dela morta em circunstâncias trágicas uma semana depois. Um presságio danado que não me deixou dormir por algum tempo. Enquanto isso, o que o Senhor Freud dizia no livro é que não há sonhos premonitórios ou adivinhatórios, e que as tramas do sonhar são essencialmente formadas por lembranças e imagens conscientes e inconscientes de nosso passado. Partindo dessa teoria, não há como explicar minha estranha experiência: ou eu fiquei louco ou Freud era um desses ditadores científicos que somente acreditam no que é palpável e vira tese acadêmica. Optei pela segunda hipótese e abandonei Freud. Respeito-o muito, mas não consigo digerir ideias de pensadores que não creem na existência de experiências de impossível diagnóstico científico. Há o sobrenatural, amigo leitor, e ele às vezes fere.
PROER.

Fernando Henrique Cardoso era presidente e sua equipe econômica havia domado a hiperinflação. Eram meados da década de 1990 e não só brasileiros, mas instituições financeiras, estavam desacostumados com moedas fortes. Deu-se que foi uma quebradeira geral de vários bancos. Isso, é claro, causa uma correria geral no mercado financeiro, abala a credibilidade do país lá fora e provoca a fuga do capital estrangeiro. Além, é claro, de por em risco a grana de correntistas e poupadores e gerar demissões em massa de bancários. Conclusão: ruim pra todo mundo. FHC agiu rapidamente e criou um programa de apoio a Bancos, o PROER. Foi uma gritaria geral das esquerdas lideradas por Lula e pelo PT, irritados com o que consideraram ser um gesto governamental de apoio aos ricos em detrimento dos pobres (meu Deus, sempre o velho discurso – tem quem acredita nisso ainda?). Bem, funcionou, embora o critiquem injustamente até hoje. Saibam esses preconceituosos às avessas que nos Estados Unidos do governo Bush fizeram o mesmo depois da crise econômica mundial de 2007, com uma diferença: por lá não houve fechamento de bancos e indiciamento de banqueiros. Aqui, liquidaram o Banco Nacional e condenaram seus proprietários por gestão fraudulenta.

Mazelas internacionais.
Tanto falamos de nossas instituições brasileiras e seus defeitos que esquecemos, ou desconhecemos, nuances muito piores em países vizinhos. Diante da discussão permanente sobre os rumos da economia brasileira, poucos sabem que nosso salário mínimo é dos mais altos (em termos proporcionais) da América Latina. No México, por exemplo, o valor do salário mínimo é simbólico – ninguém que de fato o receba vive dele. Na época que ali estive, e não faz muito tempo, valia uns vinte e sete reais! Salário mínimo assim só serve como indexador: você me deve x salários mínimos, quando fiz a dívida o salário mínimo valia y, etc… Ainda na temática econômica, no inicio dos anos 1990 nosso vizinhos argentinos dolarizaram a economia. Cada dólar em caixa fomentava a emissão de uma unidade da moeda deles (primeiro peso, depois austral, depois peso de novo…). Muito bonitinho a princípio, depois quebrou os Hermanos. Se reclamamos da inflação a 12% ao ano e afastamos presidentes nessa conjuntura, o povo argentino se acostumou a inflação anual dez vezes maior sem barulhos ou revoluções. Nos consideramos um barril de pólvora prestes a explodir? Olhemos a Colômbia: passou por mais de cem anos de revoluções sanguinárias quase ininterruptas (isso mesmo). Inicialmente o país se chamava “Nova Granada” e agregava em seu território os vizinhos Venezuela, Panamá e Equador. Foi perdendo um a um em guerras intestinas. Gerações inteiras de colombianos não souberam o que seriam tempos de paz. Aqui no Brasil nunca vivemos cinco anos seguidos de guerra. Ou seja, temos graves problemas, mas tem quem está bem pior.

Natal.
Fujo todo dezembro, mês que detesto até a chegada do Natal, por conta de formaturas e eventos e festas de fim de ano, e a correria, e compras em shoppings lotados, etc… Adianto minhas férias: é mais barato viajar fora de época. Já o Natal é com a família – e é a melhor ceia do ano! Feliz Natal a todos, e próspero 2019.

O dito pelo não dito.
“Pessoal que brigou com seus familiares na eleição, vamos combinar de passar o Natal juntos?” (autor desconhecido).
Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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