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RENATO ZUPO
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Coincidências

ENTRETANTO

– A vida é plena de coincidências inexplicáveis. Observe, por exemplo, a nossa independência. Tivemos um artífice intelectual dela, geólogo e filósofo, homem de letras e de vasta erudição, que era o consultor de Dom Pedro I e batalhou arduamente primeiro pelo Brasil independente de Portugal e depois pela república. Estou falando de José Bonifácio de Andrada. Um gênio de sua época. Quer outro sujeito a quem muito devemos no campo intelectual e político? Rui Barbosa, o Àguia de Haia. Agora, observe que a independência americana também teve suas eminências pardas, seus ideólogos e criadores, os mesmos caras por trás dos políticos, que tramaram como aranhas tecendo teias que foram as bases do Estado moderno. Estou falando de Thomas Jefferson, Alexander Pope, Benjamin Franklin e George Washington. Lá e cá, tivemos nossos tecelões das constituições e dos princípios democráticos por detrás dos governos. O que ocorreu aqui é que não lhes demos ouvidos.

Para onde iremos?
Para fora do Brasil, se continuar assim. Conheço um monte de gente comprando imóveis no exterior e indo morar lá, ou planejando sua aposentadoria fora do território nacional. Pra começo de conversa, o preço do imóvel lá fora é bem mais em conta que aqui, principalmente fora das grandes cidades do velho continente e da América do Norte. Ideal para aposentados. Ao contrário do que muitos pensam, viver é bastante barato em países europeus menos ricos e estados americanos caipiras, sem falar de Canadá e Austrália, cuja moeda não é tão forte assim e o custo de vida ainda mais benevolente com nosso bolso de terceiro mundo. Há muitos brasileiros comprando casa em Portugal ou Orlando (EUA). Virou uma tendência. Figuras públicas estão fazendo esse caminho, e não me refiro somente a artistas. Li que o Ministro Gilmar Mendes pretende se mudar para Lisboa após aposentar-se. Acredito, também, que expoentes da Operação Lava Jato como Sérgio Moro, Eduardo Cunha, Alberto Youssef, gente do bem e do mal, não terão segurança suficiente para permanecer no Brasil após encerrado este triste e emblemático capítulo de nossa história. Ou mudamos o Brasil, ou nos mudamos do Brasil. Desculpem o trocadilho.

Curiosidades históricas.
Falei acima de Dom Pedro e da República. Li o muito bem escrito romance histórico “1822”, de Laurentino Gomes, e nele aprendi que Dom Pedro e a sua primeira princesa, Dona Leopoldina, viviam de salário, assim como todos os monarcas do mundo. Não sabia e acho que muita gente também não. O dinheiro da coroa, o erário monárquico, não está à disposição dos reis e imperadores, que possuem salários régios, mas ainda assim certos e fixos ao final do mês. É assim também com a Rainha da Inglaterra. O dinheiro estatal é para o Estado, para o povo, pouco importa que o Estado seja absolutista monárquico ou republicano e democrático. É inexpugnável e inatingível pelos humores e necessidades dos governantes, tanto que Dom Pedro se perdeu em dívidas decorrentes de farra, jogatina e mulherada, e vivia pegando dinheiro emprestado com sua consorte real, dívida que nunca pagou. Mas nunca se valeu de dinheiro público que não fosse o de seu salário. Tanto pegou e não pagou que Leopoldina morreu jovem, traída e na miséria. Dom Pedro, imperador constitucional absoluto do Brasil do primeiro reinado, só corrompeu o lar conjugal, nunca as contas públicas. E olhem que vinha de um estado Português famoso à época por sua corrupção e ruína. Se os governantes de hoje quebrassem e fossem para o SPC, mas não se corrompessem, seguindo a trilha de nosso primeiro mandatário, teríamos menos escândalos e mais credibilidade institucional.

Mudança de nome.
A essa altura você, fiel leitor, já observou aí em cima que mudei o nome desta coluna. Isso depois de quase vinte anos! Agora é “Entretanto”, que também é o título de meu programa de TV e WebTv, blog e videoblog. Fiz isso por dois motivos. Para tornar homogêneo o produto também no título, já que o autor e a temática destas mídias são idênticos. Também o fiz porque cada vez mais falamos aqui de política, amenidades, história… e menos de justiça, leis e juízes. Então, justiça seja feita e vida longa ao “Entretanto”, se Deus assim o quiser e meus fiéis leitores consentirem.

 

O dito pelo não dito.
“Te desejo tempo para encontrar-te contigo sempre, para viver cada dia, cada hora, cada minuto como uma dádiva. Te desejo tempo para perdoar e aceitar. Te desejo de coração que tenha tempo. Tempo para a vida e para a tua vida.” (Poema de um índio americano).

 

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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