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RENATO ZUPO
RENATO ZUPO

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​Despesas de Carnaval

ENTRETANTO

É um lugar comum afirmar que o feriado de Carnaval é ainda hoje a principal receita e fonte de dinheiro do turismo em locais como Salvador, Olinda, Ouro Preto e, principalmente, o Rio de Janeiro. Não estou discutindo o dinheiro “que entra”. Só acho que alguns números do dinheiro “que sai” não são contabilizados – e aí reside um grave problema econômico. Alguns governantes conscientes, é fato, levam em conta sim, os números do prejuízo, e suspendem seu apoio a eventos momescos em época de vacas magras como a atual. E as indagações que fazem todos deveríamos fazer. Por exemplo, alguém já levou em conta as despesas com horas extras e plantões de policiais, garis, bombeiros, paramédicos, que trabalham nos bastidores para proteger e acudir aos foliões? E as despesas com prisões, inquéritos, intervenções hospitalares de emergência pro pessoal que exagera na dose durante os festejos, literalmente, com drogas lícitas e ilícitas – alguém levou isso em conta? Ah! Importante: estradas lotadas, acidentes, feridos e mortos, seguros e indenizações – colocaram isso na balança? Então, será que o Carnaval Brasileiro prossegue sendo um negócio da China?

Negritude.
O fenômeno do escravagismo é uma mancha asquerosa que enodoa a História, mas é um erro acreditar que ela ocorreu por conta dos escravos negros africanos. A escravidão vem de antes de Cristo: romanos escravizavam quem não era romano, credores suprimiam as liberdades dos devedores e os vencedores tornavam cativos os perdedores sobreviventes de guerras tribais. Só com as teorias eugênicas e raciais do Século XIX, abonadas pela Igreja Católica, surgiu a crença estúpida na inferioridade racial negra, o que permitiu por algum tempo a manutenção do comércio de africanos escravizados. Aliás, eles eram tomados escravos entre si, ainda na África. Negros vendiam negros aos traficantes de escravos que os traziam já cativos para trabalhar na recém-descoberta América. A conversinha de que europeus caçavam a laço os negros em seu continente de origem seria impossível na prática, dadas as grandes nações guerreiras que então já habitavam a África. O primeiro homem com certeza era negro e sobre isso antropólogos e arqueólogos concordam unanimemente. Os egípcios antigos eram negros e a figura de sua lendária rainha Cleópatra somente ganhou tonalidade branca no cinema hollywoodiano. Foram os egípcios que conquistaram os judeus e os submeteram à escravidão por mais de quinhentos anos, a se confiar nos relatos bíblicos e nas reconstituições históricas. Portanto, apelar para dívidas históricas provenientes do racista comércio negreiro é de uma imprecisão lógica e histórica que beira as raias do absurdo, como também é uma tolice defender cotas para negros em universidades e concursos públicos, principalmente em um país em que todos somos, em maior ou menor grau, mestiços.

O STF e a Homofobia.
Quando um determinado grupo de pessoas defende sua proteção específica, apartada dos demais cidadãos, criam-se diferenças e abismos sociais até então inexistentes. Talvez isso seja o correto: já que é impossível conviver, viver junto, vamos criar barreiras ideológicas imaginárias e intransponíveis. Pelo menos ninguém se fere. Tenho, contudo, um defeito imenso: sou doentiamente otimista com o ser humano. Acho que o Estado mais atrapalha do que colabora com o desenvolvimento das sociedades e com a pacificação e tolerância cívica entre agrupamentos de pessoas com ideologias, comportamentos e tendências divergentes. Portanto, proteger em específico os homossexuais com legislação própria é criar uma diferenciação desnecessária – o que já falei nessas linhas. É criar uma casta onde não há divisão entre castas. Já se concluiu, bem ou mau, que homossexualismo não é doença, e ainda que fosse não tornaria o paciente diferente das demais pessoas. Se é tendência, e essa definição é uma quase unanimidade, então é gosto, depende da vontade humana e do desejo, o que também não torna o homossexual diferente de quem quer que seja. Pensar de outro modo seria também criar nichos para drogaditos, amantes de chocolate, fãs de esportes radicais, etc… Enfim, todas tendências e preferências que não tornam seus protagonistas melhores ou piores, ou diferentes, de outras pessoas. Não os torna vulneráveis, e por isso não precisam de proteção especial da lei, do Congresso Nacional ou do STF.

Renato Zupo,
Magistrado e Escritor

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